Informação de qualidade para lidar com a pandemia de COVID-19
as iniciativas do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
Clóvis Ricardo Montenegro de Lima[1]
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
Jorge Calmón de Almeida Biolchini[2]
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
jorge.biochini@ibict.br
Mariangela Rebelo Maia[3]
Universidade Federal do Rio de Janeiro
mariangela.saude@gmail.com
Eliane Azevedo Gomes[4]
Universidade Federal do Rio de Janeiro
elianeagomes@gmail.com
Daniela Capri[5]
Universidade Federal de Santa Catarina
dccapri@gmail.com
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Resumo
Neste artigo são apresentadas duas iniciativas do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia para lidar com a pandemia de COVID-19 em 2020: o Observatório de Evidências Científicas COVID-19 e a CoronaWiki. No início de 2020 o alerta sanitário global da Organização Mundial da Saúde advertiu sobre a nova doença viral, que se disseminou rapidamente e para a qual não existia vacina nem remédios específicos. Naquele instante se iniciou uma corrida para a construção de conhecimentos válidos, que resulta em correspondente pandemia de informações. Há uma explosão tanto de produção científica quanto de notícias fraudulentas e desinformação. Assim, investigadores do grupo de pesquisa em Informação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia propõem, por um lado, trabalhar com revisões sistemáticas da literatura científica pertinente e, por outro, abrir uma plataforma colaborativa para registro e discussão de atividades de atenção primária à saúde. O Observatório é construído em Wordpress e a CoronaWiki em Wikimedia. As revisões sistemáticas vão então sendo desenvolvidas e publicadas, algumas delas em resposta a importantes controvérsias e desinformação, como nos casos das medidas de prevenção, de uso de novas tecnologias e de medicamentos como a cloroquina. Os verbetes da CoronaWiki vão sendo publicados conforme são identificadas e discutidas atividades de atenção primária à saúde no Brasil. As iniciativas estão online no portal da COVID-19 do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, e são exemplos da colaboração possível da Ciência da Informação para a promoção da saúde e do bem estar social.
Palavras clave: comunicação; pandemias; infecções por coronavírus; informação em saúde; promoção da saúde.
QUALITY INFORMATION TO DEAL WITH THE COVID-19 PANDEMIC
two Brazilian Institute of Information in Science and Technology initiatives
Abstract
In this article we present two Brazilian Institute of Information in Science and Technology initiatives to deal with the COVID-19 pandemic in 2020: the COVID-19 Scientific Evidence Observatory and CoronaWiki. In early 2020, the World Health Organization global health alert warned about the new viral disease, which has been spreading rapidly and for which there is neither vaccine nor specific remedies. At that moment, a race to build valid knowledge began, which resulted in a corresponding information pandemic. There is an explosion of both scientific production and fraudulent news and misinformation. Thus, researchers from the Information in Science, Technology and Innovation in Health group of the Brazilian Institute of Information in Science and Technology propose, on one hand, to work with systematic reviews of the relevant scientific literature and, on the other, to open a collaborative platform for recording and discussing primary health care activities. health. The Observatory is built on Wordpress and CoronaWiki on Wikimedia. Systematic reviews are then developed and published, some of them in response to important controversies and misinformation, as in the case of preventive measures, the use of new technologies and medicines such as chloroquine. CoronaWiki entries are being published as primary health care activities in Brazil are identified and discussed. The initiatives are online on the COVID-19 portal of the Ministry of Science, Technology and Innovation, and are examples of the possible collaboration of Information Science to promote health and social well- being.
Keywords: communication; pandemics; coronavirus infections; health information; health promotion.
INFORMACIÓN DE CALIDAD PARA TRATAR LA PANDEMIA COVID-19
las iniciativas del Instituto Brasileño de Información en Ciencia y Tecnología
Resumen
En este artículo son presentadas dos iniciativas del Instituto Brasileño de Información en Ciencia y Tecnología para lidiar con la pandemia COVID-19 en 2020: el Observatorio de Evidencia COVID-19 y CoronaWiki. A principios de 2020 la alerta sanitaria mundial de la Organización Mundial de la Salud advirtió sobre la nueva enfermedad vital, que se extendió rápidamente y para la que no existía vacuna ni remedios específicos. En ese momento comenzó una carrera para construir conocimiento válido; lo que resulta en la correspondiente pandemia de información. Hay una explosión tanto en la producción científica como en las noticias fraudulentas y la desinformación. Así, los investigadores del grupo de Información en Ciencia, Tecnología e Innovación de la Salud del Instituto Brasileño de Información en Ciencia y Tecnología proponen, por un lado, trabajar con revisiones sistemáticas de la literatura científica relevante y, por otro, abrir una plataforma colaborativa para registrar y discutir las actividades de atención primaria de salud. El Observatorio se basa en Wordpress y CoronaWiki en Wikimedia. Luego se desarrollan y publican revisiones sistemáticas, algunas de ellas en respuesta a importantes controversias y desinformación, como en el caso de las medidas preventivas, el uso de nuevas tecnologías y medicamentos como la cloroquina. Las entradas de CoronaWiki se están publicando a medida que se identifican y discuten las actividades de atención primaria de salud en Brasil. Las iniciativas están en línea en el portal COVID-19 del Ministerio de Ciencia, Tecnología e Innovación y son ejemplos de la posible colaboración de las Ciencias de la Información para la promoción de la salud y el bienestar social.
Palabras clave: comunicación; pandemia; infecciones por coronavirus; información de salud; promoción de la salud.
1 Introdução
Este artigo relata a experiência de construção e de desenvolvimento de iniciativas do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) para proporcionar informação de qualidade e útil para a sociedade em geral, e os profissionais da saúde e da informação em particular, capacitando-os a reagir e enfrentar a pandemia da COVID-19 a partir de meados de 2020.
A pandemia de COVID-19, iniciada na China no final de 2019, atualiza a discussão das estratégias e operações de produção, disseminação e uso da informação, agora caracterizada pela disseminação intensiva em tempo real na Internet. Esse fenômeno traz consigo questões críticas de sinceridade, veracidade e honestidade. A sinceridade diz respeito à dimensão subjetiva, a veracidade sobre a dimensão objetiva e a honestidade sobre a dimensão social. Na pandemia de COVID-19 são muitas as tensões e conflitos sobre a objetividade das informações, particularmente a sua veracidade. A declaração de alerta sanitário pela Organização Mundial de Saúde lhes dá uma dimensão global.
Além disso, as notícias na Internet retomam a discussão sobre fraudes que são, de certo modo, a atualização da questão da "manipulação" nos meios de comunicação. A mudança do modo de comunicação de um para muitos para uma comunicação de muitos com muitos torna as questões mais complexas.
O processo de desinformação ou má informação da sociedade se torna problema de saúde pública e de bem estar, pois impacta na forma como ela enfrenta a pandemia. A garantia da qualidade da informação, com base em evidências científicas ou com outros modos de validação, se faz necessária.
No sentido de responder a este problema o grupo de pesquisa Informação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) desenvolveu duas iniciativas: o Observatório de Evidências Científicas COVID-19 e a Coronawiki.
2 A pandemia de COVID-19: alerta de ação global, pesquisa científica e comunicação em tempo real
A pandemia de COVID-19 está nos mostrando a complexidade da relação entre informação científica e política pública, que está muito além de uma atualização do conflito entre opinião e verdade. Inicialmente, houve conflito para determinar a gravidade da doença viral. Foi necessário demonstrar a capacidade de rápida disseminação e de saturação dos sistemas de saúde para que a Organização Mundial de Saúde declarasse emergência global. Uma das primeiras querelas em torno da pandemia foi a origem do coronavírus, onde não faltaram teorias conspiratórias (Lima et al., 2020)
Adicionalmente, foi necessário um grande confronto público entre cientistas e políticos com distintas perspectivas para que a maioria entendesse que o vírus tem características biológicas que indicam fortemente que ele não foi produzido em laboratório (Lima et al., 2020)
As doenças transmissíveis podem ser controladas com a proteção específica das vacinas. Contudo, elas demoram para ser desenvolvidas e produzidas com eficácia e segurança (Leavell; Clark, 1976) Assim, especulações sobre iniciativas neste sentido proliferam, envolvendo dimensões relativas a potenciais conflitos de interesse, e concomitantemente há a guerra pelo pioneirismo tecnológico e econômico.
A rápida disseminação do coronavírus é a principal razão para que a Organização Mundial de Saúde recomende medidas de isolamento e distanciamento social. A aplicação desta medida tem consequências sociais terríveis e muito impactantes sobre diversos determinantes da saúde biopsicossociais. O isolamento social tem diferentes modos de expressão em sociedades marcadas pela desigualdade.
O tratamento da doença em suas versões moderada e grave é território onde emergem continuamente notícias fraudulentas. Neste caso, deve-se observar que em muitos casos a origem destas informações está em cientistas ou institutos de pesquisa. Elas são apropriadas e disseminadas de acordo com interesses políticos e econômicos (Ferreira; Andricopulo, 2020).
Uma das primeiras controvérsias sobre tratamento da COVID-19 acontece em torno do uso da cloroquina, medicamento disponível para tratamento de malária e de doenças reumatológicas. Atores políticos se apressam a abraçar a ideia do uso da cloroquina, particularmente aqueles interessados no fim do isolamento social. Contudo, logo que são realizadas as primeiras investigações controladas do uso da cloroquina aparecem os seus efeitos colaterais graves (Ferreira; Andricopulo, 2020).
A cloroquina é abandonada como a panaceia contra a pandemia. A experiência anterior no enfrentamento de viroses mostra ser extremamente difícil desenvolver drogas antirretrovirais. São muitas as razões biológicas para isso, incluindo a mutação genética dos vírus. Emergem outras candidatas a medicamento, seguidas de mais ou menos entusiasmo (Ferreira; Andricopulo, 2020).
Além de buscar medicamentos para tratar a doença, cientistas do mundo todo investigam a produção de vacinas eficazes contra a COVID-19. Uma onda de notícias falsas circulando nas redes sociais serviu para gerar dúvidas sobre eficácia e riscos, e impulsionou controvérsias sobre os testes necessários para se obter uma vacina segura e eficaz (Lima et al., 2021). Em paralelo, um minúsculo movimento antivacina prospera neste cenário e ganha visibilidade impensável. Ele faz parte de uma mobilização extrema contra a ciência (Lima et al., 2020; Lima et al., 2021).
Estes acontecimentos reforçam a necessidade de inciativas que divulguem e esclareçam os caminhos da ciência para enfrentar a pandemia e produzir vacinas, a fim de mitigar os impactos da desinformação (Lima et al., 2020; Lima et al., 2021).
3 Observatório de Evidências Científicas: pertinência e qualidade da informação
O Observatório de Evidências Científicas COVID-19 (OECC) foi criado para suprir as necessidades informacionais com relação à produção científica gerada intensivamente pela pandemia da COVID-19. Seu objetivo é disponibilizar o acesso à informação científica de qualidade, para permitir que diferentes setores da sociedade possam ter acesso a informação relevante (Brasil, 2021a).
Os diferentes tipos de público atendidos pelo Observatório abrangem desde profissionais da saúde especializados e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, até pessoas leigas, ou seja, a população em geral (Brasil, 2021a).
No início da implementação do projeto, no mês de abril de 2020, foi realizado pela equipe de desenvolvimento um levantamento dos tipos e das fontes de informação que estavam sendo oferecidos para a população naquela ocasião. Foram identificados diferentes tipos de conteúdos, consistindo principalmente em artigos científicos, materiais instrucionais relativos a medidas de autocuidado durante a pandemia para evitar contágio e disseminação do vírus, notícias e reportagens de distintas naturezas, além de fontes de informação de diferentes naturezas e localizações ao redor do mundo. Foram também identificadas diversas listagens de fontes de informação, organizadas de distintas maneiras, sem que estivesse claro que estas tivessem passado por um processo de curadoria, e em caso positivo sem que estivessem explícitos os critérios de tal processo (Brasil, 2021a).
Desta forma, foi identificada pela equipe de desenvolvimento a necessidade de se criar um local que reunisse e publicasse informação que atendesse critérios metodologicamente rigorosos nas etapas de produção dos conteúdos. O objetivo consistiu em abranger principalmente a produção científica intensiva e crescente na área e a organização de fontes de informação em sua diversidade e origem, compreendendo um processo de curadoria científica e de gestão do conhecimento (Brasil, 2021a).
Associado a esses requisitos de qualidade acadêmica, a equipe notou a necessidade de que essa informação pudesse ser acessada não apenas pelas comunidades vinculadas a atividades acadêmicas ou por profissionais da área da saúde, mas também por segmentos amplos da população em geral, que vinham sendo submetidos a processos constantes e crescentes de desinformação.
Desta forma, para efetivar o desenvolvimento desse amplo recurso de informação, em 15 de abril de 2020 foi enviada ao Instituto Brasileiro de Informação Científica e Tecnológica (IBICT), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) uma proposta de criação do Observatório de Evidências Científicas COVID-19.
O eixo da proposta foi construído com base na reunião de seleção de materiais científicos de alta qualidade e de técnicas da divulgação científica, incluindo neste segundo conjunto recursos de acessibilidade. Em 23 de abril de 2020 o IBICT disponibilizou o acesso à plataforma de desenvolvimento pela URL http://evidenciascovid19.ibict.br/ (Brasil, 2021a).
O desenvolvimento da arquitetura da informação adotada no site seguiu princípios extraídos da análise de outras fontes de informação disponíveis, para facilitar a localização dos itens contidos e a navegação das pessoas interessadas em buscar informação de qualidade embasada cientificamente (Brasil, 2021a; Lima; Nogueira; Martins, 2009).
A equipe procedeu então ao desenvolvimento do layout do site e deu início à disponibilização dos conteúdos que vinham sendo selecionados da literatura científica mundial e desenvolvidos para fins de divulgação científica e instruções sobre a doença e o fenômeno coletivo da pandemia.
A equipe do Observatório desenvolveu conteúdos de natureza descritiva e explicativa sobre a COVID-19, a fim de informar a população sobre diferentes aspectos da doença, incluindo sua natureza, seu histórico epidemiológico, formas de transmissão, história natural da doença, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, prognóstico e prevenção (Brasil, 2021a).
Outra área de assuntos desenvolvida pela equipe abordava a metodologia de Revisão Sistemática relativa aos estudos primários produzidos de forma crescente sobre diferentes aspectos da doença e da pandemia. Além da descrição do processo metodológico utilizado para realização da Revisão Sistemática e da Revisão Rápida, foi desenvolvido o conteúdo referente a cada possível aspecto temático que poderia ser coberto pela metodologia (Galvão; Ricarte, 2019). Desta forma permitindo ao usuário entender as diferentes facetas do conhecimento científico.
Em 10 de maio de 2020, foi realizado um processo de aprimoramento do Observatório, por meio do envio aos colaboradores de um formulário com esta finalidade no formato Google Docs, com objetivos de avaliação da versão Beta do site e indicação de possíveis aprimoramentos do mesmo, os quais em seguida foram efetuados (Brasil, 2021a).
Em 20 de maio de 2020, o site foi lançado em âmbito nacional em caráter oficial em um evento promovido pelo MCTI para lançamento do Portal Ciência MCTI no Combate à COVID-19, que se encontra disponível na URL http://covid19.mctic.gov.br/, do qual o Observatório faz parte. Na ocasião, em função da importância do Portal, o lançamento foi realizado pelo Ministro de Ciência e Tecnologia, Dr. Marcos Pontes, com a presença da diretora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Cecília Leite (Brasil, 2021b).
Todo o conteúdo do site passa por uma curadoria científica. Para realizar essa curadoria foram reunidas oito profissionais numa equipe de gestores do conhecimento, formada por três doutores em Ciência da Informação, duas doutorandas em Ciência da Informação, um mestre em Comunicação, uma mestranda em Ciência da Informação e um graduando em Comunicação (Brasil, 2021a).
Esse grupo faz a seleção dos artigos científicos nas bases de dados e a identificação dos artigos de maior relevância, confiabilidade, qualidade e rigor científico. Esses artigos selecionados são disponibilizados em um banco de artigos para que diferentes especialistas que compõem a equipe de analistas da produção científica possam escolher o artigo de interesse e resenhá-lo (Brasil, 2021a).
No final de maio e início de junho de 2020, a equipe do OECC confeccionou um modelo padronizado para a elaboração das resenhas, iniciou o processo de curadoria científica para coleta e seleção do material a ser resenhado a partir de temáticas diferenciadas e iniciou o treinamento dos resenhistas para a elaboração das mesmas.
Em 11 de junho de 2020 as primeiras resenhas foram publicadas no site, que hoje disponibiliza mais de 120 resenhas, as quais abarcam as mais variadas temáticas sobre a pandemia da COVID-19 e diferentes abordagens metodológicas de estudo científico de natureza empírica, incluindo tanto estudos primários quanto estudos de revisão.
As pesquisas apresentadas abrangem desde pesquisas clínicas, em todo o seu espectro temático - rastreamento, causalidade, diagnóstico, tratamento, prevenção, promoção da saúde - até pesquisas relativas à tecnologia e inovação - de produtos e processos, de dispositivos e sistemas. Compreendem também estudos científicos sobre diferentes dimensões e aspectos sociais e humanos, desde a escala pessoal à esfera interpessoal até a coletiva e ambiental (Brasil, 2021a).
As resenhas são escritas por especialistas de um amplo espectro de áreas do conhecimento, de modo a abarcar todas as temáticas relacionadas no parágrafo anterior, com propriedade e expertise acadêmica e profissional. O material básico extraído da literatura científica utiliza fontes primárias pré-selecionadas, com base em critérios de qualidade científica rigorosos.
As resenhas são escritas em linguagem natural, com o mínimo de complexidade acadêmica nos conteúdos que compõem sua redação, para torná-las simples e mais compreensíveis aos leitores não-especializados, voltadas desta forma a atender os diferentes públicos do site. Para garantir que a informação seja acessível tanto pelos profissionais e pesquisadores das diferentes áreas do conhecimento, quanto pelos docentes e discentes na esfera educacional, e também pela população leiga em geral, foi desenvolvido no site um glossário, que abarca os termos técnicos presentes nas publicações. Esse instrumento possibilita ao leitor da resenha compreender facilmente os termos especializados presentes nos textos, permitindo prosseguir na fluência da sua leitura de forma direta e contínua. Para obter esse efeito facilitador da leitura, basta o leitor passar o cursor sobre o termo técnico específico, fazendo assim com que possa surgir na tela uma caixa flutuante, a qual contém uma definição simples e facilmente compreensível, em linguagem natural, vinculada ao termo selecionado pelo leitor (Brasil, 2021a).
O glossário é construído de modo contínuo pela equipe de gestão do Observatório, a partir do processo de inclusão de novas resenhas e da seleção dos termos que aparecem em cada uma delas. Cada definição é gerada a partir de consulta em diferentes fontes especializadas, incluindo dicionários da área da saúde, outros glossários sobre COVID-19, o Medical Subject Headings (MeSH) e artigos científicos.
Além da preocupação em atender os diferentes segmentos de público de língua portuguesa, o site se preocupa em atingir também os públicos correspondentes de diferentes países, proporcionando ao mundo em esfera planetária informação de qualidade sobre uma doença que afeta a todos de forma pandêmica. Desta forma, são utilizadas ferramentas tecnológicas que permitem que o site seja multilíngue.
Nas resenhas os leitores também podem encontrar recomendações para outras resenhas presentes no próprio site, sobre a mesma temática que está sendo objeto de leitura pelo usuário. Desta forma, se o usuário tem um interesse específico sobre determinado assunto ele pode expandir sua leitura e encontrar destaques sobre o tema desejado.
Visando ampliar a divulgação do site e principalmente das informações nele veiculadas, em 18 de junho de 2020 foi criado um perfil do Observatório nas redes sociais Facebook, Instagram e Twitter. No dia 29 de junho de 2020 foi realizada a primeira postagem de forma simultânea nas três redes, prosseguindo desde então a difusão científica ampliada dos conteúdos novos (Brasil, 2021a).
Pensando em uma experiência navegacional de natureza multimodal, que permitisse ao usuário caminhar pelos níveis classificatórios de uma forma mais estimulante e sem perder sua motivação, e concomitantemente podendo vivenciar uma experiência de aprendizagem cognitiva, a equipe do observatório começou a desenvolver, em 30 de junho de 2020, o Caleidoscópio da Ciência. Este consiste em uma metafonte informacional que permite profissionais e leigos acessarem informações científicas sobre a COVID-19 em escala mundial (Brasil, 2021a).
Em 17 de julho de 2020 a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) divulgou em seu próprio site o trabalho do OECC, dando ênfase a sua relevância e a sua importante contribuição para a sociedade (Brasil, 2021a).
Seguindo os princípios conceituais e de design do Caleidoscópio da Ciência, em 14 de agosto foi iniciada a construção de um recurso capaz de propiciar uma experiência semelhante com relação à produção científica interna, dando nascimento ao Caleidoscópio da COVID-19, que teve seu lançamento em 22 de setembro de 2020. Nele o usuário encontra as diferentes resenhas oferecidas no site, organizadas por categorias temáticas e interligadas, o que proporciona uma navegabilidade mais atraente e facilitada, gerando uma economia de tempo para o usuário (Brasil, 2021a).
Na semana de 10 a 15 de agosto de 2020, a equipe gestora do Observatório identificou que o site se tornou fonte de informação científica para a Escola Municipal Vereador Américo dos Santos, localizada em Mesquita, Rio de Janeiro (Brasil, 2021a).
A equipe do Observatório percebeu nessa ocasião a necessidade de ampliar suas ações informativas para os diferentes públicos e em 26 de agosto de 2020 iniciou a realização de uma série de lives junto ao canal do YouTube do IBICT. As temáticas abordadas eram direcionadas às necessidades informacionais que foram identificadas pela equipe gestora nos meses anteriores. Os convidados para as lives eram especialistas de diferentes áreas do conhecimento, com experiência nos temas abordados. A interação durante as lives era conduzida de forma dialógica e didática e com uma linguagem simples, visando atingir diferentes setores e camadas sociais (Brasil, 2021a).
Além das lives, em 21 de outubro de 2020, o site lançou seu próprio canal de materiais audiovisuais no YouTube, incluindo e divulgando pequenos vídeos que sintetizam, em apresentações imagéticas dinâmicas, as mensagens das resenhas. Desta forma, o usuário passa a ter uma experiência mais completa da aquisição do conhecimento, em que ele tem acesso a artigos de alta qualidade e seletividade, resenhas desses artigos escritas por profissionais especializados de diferentes áreas, e também vídeos mais curtos que as resenhas contendo a mensagem central das mesmas (Brasil, 2021a).
Para reunir esse material em formato audiovisual dentro do site, foi construído o Ciência em Movimento, que é um espaço de divulgação das lives promovidas e realizadas pelo Observatório e que reúne os vídeos publicados no canal do YouTube do OECC (Brasil, 2021a).
Em 20 de outubro de 2020 o Observatório foi convidado pela organização do III Simpósio International Network Science para relatar a sua experiência de construção e desenvolvimento do seu trabalho. Em 11 de dezembro o OECC recebeu o convite do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Fluminense para divulgar o Observatório a partir da perspectiva do uso da informação científica de qualidade para auxiliar a sociedade a lidar com a pandemia (Brasil, 2021a).
Além desses reconhecimentos, o Observatório foi indicado como fonte de informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) e pela Biblioteca Virtual do Estado de São Paulo. Em 11 de dezembro de 2020, o OECC foi incluído no acervo da Biblioteca Digital do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), a partir da inserção em seu catálogo, o que consolida, registra e legitima o OECC como fonte de informação de qualidade (Brasil, 2021a).
5 CoronaWiki: compartilhamento e validação de informação em atenção primária de saúde
Em 2014 surgiu uma proposta de criação e uso da Wikipédia para procedimentos realizados pelas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), com ações desenvolvidas na Atenção Primária à Saúde que fazem parte do cotidiano e rotina dos profissionais da saúde (Maia; Costa; Lima, 2014).
A Wikipédia[6] permite um amplo espaço de discursividade através da construção aberta e colaborativa de verbetes, cujos textos são discutidos e aprimorados (WIKIPÉDIA, 2021; Primo; Recuero, 2008).
A promoção de um espaço de discussão de ações, entre profissionais da Atenção Básica, facilita o comportamento de experiências e de informações entre as equipes da ESF(Lima et al., 2021) Por isso, diante da situação da pandemia da COVID-19, o boom informacional remeteu ao uso prático dessa ideia inicial de desenvolver uma plataforma colaborativa para registro e discussão de atividades de Atenção Primária à Saúde (APS) relacionadas à doença emergente, particularmente direcionada para as 50 mil equipes de saúde da família e os 250 mil agentes comunitários de saúde.(9)
Assim, criou-se a CoronaWiki, uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) em parceria com pesquisadores e profissionais de ciências da informação e de ciências da saúde de diversas instituições brasileiras. Ela é um espaço de registro, compartilhamento e discussão de iniciativas para controle da pandemia da COVID- 19 (Brasil, 2021c).
A wikipédia destinada a ações das equipes de saúde da família e ações comunitárias contra a pandemia da COVID-19 tem o objetivo de identificar e catalogar iniciativas eficazes das equipes de saúde da família para controle da doença. Além disto, pode ratificar e fortalecer a capacidade assistencial das equipes de saúde da família na prevenção e no cuidado de casos de infecções por Coronavírus (Brasil, 2021c).
No esboço inicial o projeto pretendia obter dois resultados principais: construir um catálogo de ações locais eficazes das equipes de saúde da família para controle da doença e promover
o compartilhamento das experiências eficazes das 50 mil equipes de saúde da família na sua prevenção e tratamento. A CoronaWiki usa a discussão aberta e colaborativa como modo de validação e disseminação dos procedimentos compartilhados, coletando registros de experiências comunitárias de enfrentamento da pandemia, particularmente no isolamento social e em medidas de prevenção (Brasil, 2021c).
As atividades propostas para o desenvolvimento da CoronaWiki são os seguintes (Brasil, 2021c):
Criar uma plataforma wiki para registro das iniciativas eficazes da equipe de saúde da família: documentos, áudios e vídeos;
a) elaborar e desenvolver um sistema de classificação das iniciativas registradas;
b) divulgar a CoronaWiki entre as 50 mil equipes de saúde da família, como espaço de registro, comunicação e recuperação de experiências eficazes;
c) abrir para as próprias equipes de saúde da família o controle de notícias fraudulentas e de vandalismo.
A equipe da CoronaWiki possui dois coordenadores pesquisadores e uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, bibliotecários, analista de sistemas, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, bióloga e advogada (Brasil, 2021c).
Em função da gravidade e da agressividade da pandemia, os prazos do projeto foram curtos. O cronograma inicialmente proposto previa 15 dias para o desenvolvimento da plataforma; posteriormente, 15 a 30 dias para sua divulgação, concomitante ao desenvolvimento do sistema de classificação (0 a 30 dias). Foram previstos 15 dias para iniciar o autoarquivamento, assim como de 15 a 120 dias destinados à adaptação permanente da plataforma.
A avalanche de conteúdo informacional relacionado a pandemia obrigou a subdivisão por assuntos. O ponto de partida para a organização das categorias são os três níveis de aplicação da medicina preventiva, criadas pelos sanitaristas norte-americanos Leavell e Clark (1976). O nível primário inclui promoção da saúde e proteção específica da saúde; o nível secundário compreende diagnóstico e tratamento; e o nível terciário é a recuperação. São destacadas a estratégia de saúde da família, as questões éticas, as ações comunitárias e a vigilância epidemiológica. As categorias criadas são as seguintes (Brasil, 2021c):
1) Coronavírus
2) Saúde da família
3) Questões éticas
4) Promoção da saúde
5) Ações comunitárias
6) Proteção específica
7) Vigilância epidemiológica
8) Diagnóstico
9) Tratamento e
10) Recuperação.
No tópico Coronavírus discute-se sobre o vírus Corona, infecção e reinfecção, contágio e transmissão, a doença COVID-19, estratégias de prevenção, gestão de riscos e governança na pandemia por COVID-19 no Brasil (Brasil, 2021c).
Na categoria “Saúde da família” discute-se sobre agentes comunitários de saúde, desafios em época de pandemia, Estratégia de saúde da família, história natural da doença, prevenção, rede de atenção primária no enfrentamento da COVID-19 e saúde da família e das comunidades contra a COVID-19 (Brasil, 2021c).
Entre as “questões éticas” durante a pandemia, destaca-se a ética em pesquisa e ética, saúde coletiva e pandemia, responsabilidade e liberdade nas prescrições médicas (Brasil, 2021c).
Na categoria “promoção de saúde” são abordadas questões relativas à alimentação e higiene dos alimentos, higiene e lavagem de mãos, limpeza da casa, e orientações sobre isolamento domiciliar. São também discutidas questões referentes à atenção primária à saúde, ao saneamento básico, à promoção específica em áreas carentes e à violência doméstica durante a pandemia (Brasil, 2021c).
A agregação de ações comunitárias efetivas durante a pandemia foi feita na categoria “ações comunitárias”. Nela reúne-se iniciativas para enfrentar a pandemia de COVID-19. Estão entre os exemplos de iniciativas cadastradas o “Mapa Corona nas Periferias”, um mapa que busca dar visibilidade às iniciativas de combate ao Coronavírus nas favelas e periferias do Brasil; o “Projeto Madacaru”, uma plataforma de colaboração voluntária, que é uma iniciativa do Comitê Científico do Nordeste articulada pelos governadores de estado da região; a cartilha "Coronavírus: uma história contada", resultado do projeto de extensão “Dúvidas sobre o Coronavírus? Nós dos movimentos sociais respondemos!”; e diversos outros projetos comunitários que preconizam a orientação e o esclarecimento da população (Brasil, 2021c).
Na categoria "proteção específica" podem ser encontrados verbetes como vacinas, álcool em gel, equipamento de proteção individual para trabalhadores da saúde. Estes verbetes são ações de controle e prevenção, ou seja, medidas a serem tomadas no período pré-doença (Brasil, 2021c). Na categoria “vigilância epidemiológica” são apresentados boletins epidemiológicos; taxas de incidência, prevalência e mortalidade; sites de monitoramento e visualização de dados referentes à COVID-19; assuntos relevantes e importantes para controle e prevenção da doença, além de orientar os cuidados (Brasil, 2021c).
Na categoria “diagnóstico” são apresentadas e discutidas as principais características clínicas da doença e da sua evolução; os meios de diagnóstico mais usados; os testes diagnósticos; a importância da assistência precoce e os cuidados precoces. Também são abordados a telemedicina, a autopercepção de sintomas e as notas técnicas para equipes de atenção básica (Brasil, 2021c).
A discussão sobre “tratamento” abrange assuntos importantes, pois desde o início da pandemia estão sendo pesquisadas e testadas diversas condutas, procedimentos e medicamentos. Os cientistas estão trabalhando intensamente para desenvolver tratamentos para a COVID-19. Nesta categoria são discutidos assuntos como a automedicação; e as controvérsias e a contraindicação do uso de cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina. São apresentados e discutidos os denominados usos "fora da bula". Discute- se também o uso de anti-inflamatórias não hormonais (Ferreira; Andricopulo, 2020; Brasil, 2021c).
São apresentadas também diretrizes para o tratamento da COVID-19 de acordo com as entidades de médicos especialistas: a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Destacam-se informações sobre manejo clínico na atenção primária e recomendações para cuidado de crianças em situação de isolamento hospitalar (Brasil, 2021c).
Na categoria “recuperação” busca-se apresentar e discutir complicações e sequelas da doença, além de orientações para reabilitação. A medida em que a pandemia avança, eventos tornam-se mais frequentes, assim como se desenvolvem os procedimentos Brasil, 2021c).
Tão importante quanto à capacidade de inovar é a capacidade de processar e recriar conhecimento, por meio de processos de aprendizado; e, mais ainda, a capacidade de converter esse conhecimento em ação ou em inovação. Isto mostrou-se relevante durante a pandemia de COVID-19.
O aprendizado consiste na aquisição e construção de diferentes tipos de conhecimentos, competências e habilidades. É importante observar que a difusão e o compartilhamento de informações e conhecimentos requer que os atores tenham conexões, com interação que propicie fluxos de conhecimento e aprendizagem.
A pandemia de COVID-19 evidencia a inovação como produção em que existe relevância das redes e interdependência dos atores sociais. A comunicação não linear parece ser fundamental para os processos de inovação. Uma medida importante para criar e manter ambiente propício à inovação consiste em abrir e usar múltiplos canais de comunicação, bem como em complementar os habituais canais verticais com os canais horizontais e diagonais que unam indivíduos localizados em diferentes unidades da organização e do tecido social. A fluidez da comunicação e, acima de tudo, a integração das atividades, contribui para inovações com sucesso.
5 Considerações finais
A experiência de desenvolvimento do Observatório de Evidências Científicas COVID-19 e da CoronaWiki no IBICT demonstra, em primeiro lugar, que a Ciência da Informação tem enorme relevância na execução de políticas sociais. Em segundo lugar, posiciona o Instituto como centro de pesquisas avançadas que oferece serviços e produtos para promoção de bem-estar.
A Ciência da Informação enfrenta com racionalidade um grande conflito das sociedades contemporâneas: as controvérsias em torno da veracidade das informações que circulam com velocidade na Internet. A construção de entendimento para a elaboração e execução de políticas de saúde demanda que os sujeitos trabalhem com correção em relação à representação e interpretação de fatos e coisas no mundo da vida.
Enfim, as organizações executoras de políticas públicas devem se adaptar de modo contínuo às necessidades e usos da sociedade. No caso das organizações de saúde deve haver orientação por necessidades objetivas em termos epidemiológicos, sanitários e clínicos. A informação construída na relação das organizações com a sociedade faz este trabalho.
As iniciativas propostas para o portal COVID-19 do IBICT partem do reconhecimento do protagonismo que ele ocupa na rede brasileira de informações em Ciência, Tecnologia e Inovação. No meio de uma pandemia de controvérsias cabe às instituições de referência oferecer o norte da veracidade.
Os métodos propostos nas iniciativas são de uso corrente na Ciência da Informação. Por um lado, o serviço de referência das bibliotecas é atualizado sob a forma de Observatório capaz de recuperar e selecionar informações nas muitas bases científicas e tecnológicas. O procedimento das revisões sistemáticas busca selecionar, articular e organizar as informações.
O foco do Observatório é orientar com Ciência e Tecnologia sobre as controvérsias em torno de fatos, procedimentos, normas e protocolos durante a pandemia de COVID-19. Entre as controvérsias destaca-se a origem do agente etiológico, os testes diagnósticos, as medidas de prevenção, o isolamento social, o uso experimental e empírico de drogas, os cuidados terapêuticos e, mais recentemente, as vacinas.
Por outro lado, há um produto de referência nas bibliotecas: as enciclopédias. No caso ela está atualizada sob enciclopédia construída e revisada de modo permanente e colaborativo através da Internet. O uso de wikimedia adquire crescente validade em uma sociedade que cada vez mais busca a Ciência aberta, e colaborativa.
O foco da CoronaWiki é a atenção básica de saúde contra a pandemia de COVID-19 no Brasil. Isto se desdobra em 3 grandes eixos de organização das informações: a estratégia de saúde da família, as ações comunitárias em geral e o trabalho dos agentes comunitários em particular. Os conteúdos foram organizados em torno de categorias da atenção básica: promoção de saúde, proteção da saúde, e diagnóstico e tratamento em nível ambulatorial. Estas duas iniciativas, combinadas com outras de cientistas e profissionais de saúde, contribuem para defender e fortalecer a ciência em tempos marcados por informações fraudulentas. Quando estas ameaçam a vida das pessoas e a integridade da sociedade, a ciência parece ser a resposta necessária frente a pandemia de COVID-19. O IBICT cumpre assim o seu papel de organizador e difusor de informação em ciência e tecnologia no Brasil. Sendo a saúde uma das principais áreas de sua ação e de contribuição relevante para a sociedade.
ReferÊncias
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Artigo publicado originalmente em:
LIMA, C. R. M., et al. Informação de qualidade para lidar com a pandemia de COVID-19: as iniciativas do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Revista Cubana de Información en Ciencias de la Salud, Havana, v. 33, 2022. Disponível em: https://acimed.sld.cu/index.php/acimed/article/view/1949. Acesso em: 17 set. 2025.
Sob licença Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0)
[1] Médico. Doutor em Administração. Doutor em Ciência da Informação. Pesquisador Titular do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT.
[2] Pesquisador Titular do IBICT. Professor Titular de Medicina da PUC-Rio. Graduado em Medicina pela UFRJ. Mestre e Doutor em Ciência da Informação pelo PPGCI/IBICT-UFRJ, com doutorado-sandwich no National Center for Biomedical Communications / NIH, EUA. Pós-doutorado na COPPE/UFRJ. Livre-Docente pela UNIRIO. Membro da Academia de Medicina do Rio de Janeiro.
[3] Doutora em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pesquisa voltada à comunicação científica e produção de saberes em saúde. Mestre em Odontologia, com ênfase em Saúde Coletiva, pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Possui graduação em Odontologia, pela Universidade Federal Fluminense (UFF), e graduação em Letras, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
[4] Doutora em Ciência da Informação pelo PPGCI/IBICT-UFRJ; Mestra em Biblioteconomia pela UNIRIO; Graduada em Biblioteconomia e Documentação pela UFF. Bibliotecária da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
[5] Doutoranda em Ciência da Informação (UFSC). Mestra em Ciência da Informação (UFSC). Graduada em Biblioteconomia (UFSC).
[6] Wikipédia é uma enciclopédia on-line, livremente acessível, mantida por colaboradores voluntários de todo o mundo, chamados Wikipedistas. Um símbolo de web 2.0, crowdsourcing e colaboração em massa, e tem um enorme potencial para disseminar o conhecimento na sociedade. Os artigos sobre saúde e assuntos médicos estão entre os mais usados e editados. Para auxiliar a edição, a Wikipédia oferece acesso aos recursos licenciados para incorporar melhores evidências e artigos peer-reviewed em entradas.